Quantos de nós já escutamos a teoria de que a água potável no planeta irá um dia se acabar? E quantos de de nós já escutamos que o Brasil com o seu Aquifero Guarani pode se dar bem com essa mudança no planeta exportando água para os outros países? Pois essa é mais uma das grandes bobagens que venho escutando nos últimos tempo e finalmente resolvi falar sobre o assunto. Me parece óbvio que países desenvolvidos não darão essa bobeira de depender de países subdesenvolvidos para a sua existência.
Falo isso observando os incentivos agricolas dados em tais países. Água, assim como comida, é uma necessidade básica para o povo de qualquer país. Sendo assim, é não só estatégico, como vital, que os países tenham a sua própria produção de alimentos mesmo que ainda assim importe determinados generos alimentícios. Essa é uma das razões pela qual a batalha na OMC entre pobres e ricos é uma batalha já perdida pelo fim dos subsídios agrícolas. Não dá para depender de republiquetas instáveis a produção de algo tão fundamental para um país como os alimentos. O presidente Lula recentemente na França reclamou que em países ricos gasta-se mais em subsídios para uma vaca que com pobres de países subdesenvolvidos. Com todo respeito para os pobres de países subdesenvolvidos, mas o dinheiro francês deve ser gasto como eles quiserem, em vacas, em pobres ou em festas no Ano do Brasil na França.
Assim como comida é fundamental para a independência e soberania de um país, a água também é. Se os países desenvolvidos são tão firmes quanto essa posição em relação a auto-produção de alimentos, tudo indica que com a água não será diferente.
Nós brasileiros não temos muita noção do que é uma guerra de fato. Os europeus já passaram por duas mundiais. Isso dá ao povo uma incrivel capacidade de adaptação. É dificil imaginar que algum europeu morrerá de sede. Com cada vez menos água potável eles apenas se adaptarão as novas realidades. Não sei exatamente qual será a solução tomadas por eles, se criarão novas estações de tratamento, desalinização de água do mar, maior intervalo de dias entre banhos (os franceses iriam adorar essa!) ou outra coisa que reduzisse os gastos e aumentasse a produção. O que não dá para acreditar é que a agua será o petróleo do do futuro, que o Brasil irá lucrar horrores com a exportação de água potável. As pessoas no máximo terão de aprender a viver sem disperdício.