Excêntrico contido

segunda-feira, junho 27

Não confiem nos bombeiros!



Acabo de presenciar um incêndio num apartamento no 1º andar do prédio em frente ao meu e aqui vai o meu conselho para os meus amigos queridos que lêem o meu blog: "Não confiem nos bombeiros!". Chamar o corpo de bombeiros de amadores seria pouco para o festival e trapalhadas que vi. Começando pela demora na atitude. Não vi que horas os bombeiros chegaram, mas façam as contas comigo. Chegada dos bombeiros no local. Acordar a minha mãe que surda de um ouvido. Ela Raciocinar que o incêndio é perto de casa. Levantar e chegar até a janela. Ver que o incêndio é em frente de casa. Andar pelo corredor e vir até o meu quarto para me avisar que está tendo um incêndio no prédio em frente. Caminhar até a janela de volta. Depois disso devem ter passado pelo menos uns 7 minutos onde os bombeiros não tiveram a menos pressa em jogar água no fogo. E olhem que as chamas eram imensas. Quando estavam prontos para jogar água no fogo aconteceu uma cena digna de Os Trapalhões. O operador do caminhão errou os comandos da água e ao invés de liberar a água pela mangueira, ligou o canhão em cima que estava apontado para a direção oposta. O Jato d’água acertou em cheio um grupo de espectadores que só depois de gritarem bastante alertaram o operador que o jato de água estava indo na direção errada. Parecia que os bombeiros estavam economizando água. Eles paravam de mandar água para dentro do apartamento e logo as chamas recomeçavam. O calor foi tão intenso que deixou a grade de ferro na janela incandescente. É possível processar o corpo de bombeiros. Se os moradores perderam tudo o que tinham no apartamento isso deve também à característica amadora destes homens.

domingo, junho 26

A bomba do boi-bumbá - Diogo Mainardi

Um artigo polêmico publicado dia 09/07/2003.

Em Parintins, Lula ironizou os intelectuais dizendo que eles tinham muito a aprender com a festa do boi-bumbá. Uma semana antes, já havia reclamado que os intelectuais se aposentam aos 53 anos, enquanto os cortadores de cana precisam trabalhar até os 60. Antes de assumir o poder, Lula gostava de se cercar de intelectuais. Agora mudou. Debocha deles.

Dois intelectuais compareceram à festa do boi-bumbá deste ano – Luis Fernando Verissimo e Zuenir Ventura. Ambos lulistas, por sinal. Foram convidados pelo guaraná Kuat, o principal patrocinador do evento. Assistiram aos desfiles no camarote do Kuat Clube, trajando camisetas Kuat, e, da mesma forma que as menos intelectualizadas Joana Prado e Samara Filipo, puderam usufruir as comodidades da ilha do Kuat e do iate Kuat. É uma prova de que os intelectuais são bem menos abestalhados do que Lula imagina. Se fossem tão abestalhados assim, pagariam suas viagens do próprio bolso.

Pelo que consegui entender, o boi-bumbá funciona como os desfiles das escolas de samba, só que há apenas dois blocos, Caprichoso e Garantido, e o enredo é sempre o mesmo, ano após ano. Baseia-se numa lenda local. A mulher grávida do negro Francisco deseja comer uma língua de boi. O negro Francisco sacrifica o boi predileto de seu patrão para satisfazer a mulher. O patrão fica contrariado e manda matar o negro Francisco, que foge para o meio do mato e pede ajuda a um pajé. O pajé ressuscita o boi, e tudo termina em festa. Eu gostaria que Lula esclarecesse que ensinamento os intelectuais podem tirar dessa história. O único que eu consigo tirar é que o povo é infinitamente estúpido, mas não creio que o presidente se referisse a isso. Aliás, eu nem sei o que é um intelectual para Lula, se é um catedrático petista da USP ou simplesmente alguém com o ginasial completo.

"Eu gostaria que Lula esclarecesse que ensinamentos os intelectuais podem tirardo boi-bumbá. Aliás, nem sei o que é umintelectual para Lula, se é um catedráticopetista da USP ou simplesmente alguémcom o ginasial completo"

O fato de os intelectuais se aposentarem aos 53 anos também não me parece escandaloso. Lula, que não é um intelectual nem nada, conseguiu uma barganha ainda melhor, aposentando-se aos 50 anos, com rendimentos especiais. Muito mais justo do que comparar os intelectuais aos cortadores de cana teria sido compará-los aos usineiros. O governo prometeu investimentos de 550 milhões de reais para a estocagem de álcool. Além disso, os usineiros do Nordeste pleiteiam 500 milhões de subsídios, um pouco mais do que embolsaram no ano passado. Os brasileiros plantam cana há 500 anos. Nada mudou de lá para cá. Ainda fazemos queimadas, ainda usamos mão-de-obra escrava, ainda embriagamos os pobres com aguardente de má qualidade, ainda surrupiamos o dinheiro público.

Nos anos 60, quando a economia chinesa começou a afundar, Mao lançou a chamada campanha de reeducação, em que os intelectuais eram ridicularizados em público e mandados para trabalhos forçados no campo. Lula não é Mao. Ele pode achar que existe mais sabedoria no boi-bumbá do que em Aristóteles, mas nunca vai mandar os intelectuais cortar cana. Só vai persegui-los com erros de concordância.

Diogo Mainardi

quarta-feira, junho 15

Caça-Fantasmas

Adoro a Boomerang quando passa...

terça-feira, junho 14

Roberto Jefferson

Era uma vez no Congresso Nacional...

Michael Jackson

Era uma vez em Neverland...

sábado, junho 11

Descoberta do dia

Não há festa morna que um grupo de lésbicas não anime!

sexta-feira, junho 10

Narciso ao extremo

Admiro-me cada vez mais comigo mesmo. Às vezes me surpreendo com as minhas próprias reações. As pessoas que me conhecem sabem que prego o uso da Verdade como a maneira mais conveniente de comunicação entre duas pessoas. Conveniente pelo fato de que criar uma Verdade alternativa, isto é uma mentira, dá trabalho de mais. Você tem sempre que lembrar do que foi dito, o que foi feito e sempre há a possibilidade de se passar vergonha. É bem verdade que ocasionalmente omito determinados fatos, e volta e meia jogo com white lies para apimentar determinados diálogos. Mas esses casos são raros e de fato não importam no que quero escrever. Fico admirado como determinadas vezes meus pensamentos saem da minha boca como se baratas saíssem de um ralo. O mais engraçado é que são pensamentos genuinamente verdadeiros, que não passaram por nenhum tipo de filtro ou censura na minha cabeça. Eles simplesmente escapolem. Lembro-me no ano de 1998, quando estudava em um cursinho pré-vetibular. Não conhecia ninguém. Estava no meu canto. Uma menina chegou do meu lado e começou a fazer um discurso de como ela não conseguia ser fiel ao seu namorado e como não conseguia ficar só com uma pessoa. Ela falava esse tipo de coisa com uma satisfação de quem está tirando onda, contando vantagem, como se fosse a pessoa mais esperta do mundo. Moralista que sou, disparei: "Pois então, você é uma vagabunda!". Lembro-me da minha extrema franqueza que chocou a menina. Ela nunca mais veio falar comigo. Desse fato não tenho orgulho desse incidente. Essa foi a minha fase mais "punk" e inconseqüente. Já estou em uma fase mais palatável da vida. Contei este caso apenas para ilustrar como às vezes não consigo manter a minha boca fechada. Mas ontem aconteceu um caso relativamente parecido. Contarei em outra oportunidade o que de fato aconteceu, mas consegui, pelo menos dessa vez, não ser grosso (isso para mim é uma conquista). Tinha algo me incomodando e fui bem direto em relação a isso. Lembrando agora desse incidente sinto um incrível orgulho de mim mesmo. Essa maneira franca de comunicação foi direto no ponto. Tenho agora que começar a rever certos conceitos sobre mim mesmo. Sempre tive o orgulho de não perder uma boa oportunidade de ficar calado. Não sei se estou perdendo essa característica ou se estou adquirindo outra, a de não perder uma boa oportunidade de ser extremamente sincero.
Hahahaha